Amizade

Até onde vai o verdadeiro sentido da palavra “amizade”?
Até onde somos capazes de ir para ajudar um amigo?
Até onde abdicamos de nós para poder ajudar aqueles que consideramos parte das nossas vidas mas que não queremos mais do que amizade, lealdade, companheirismo?
Nos últimos tempos o conceito de amizade tem sido um pouco ambíguo para mim. Mas antes de prosseguir faço uma pausa para verificar no dicionário o que quer dizer esta palavra que tanto parece significar algo:

“Amizade – Sentimento de amigo; afeição recíproca entre duas pessoas; simpatia; estima; boas relações; dedicação; amor; benevolência.”

Ora bem, não consta nem deste dicionário, nem mesmo do meu próprio dicionário que amizade seja igual a interesse (no sentido depreciativo). E se assim é, chego à conclusão de que muitas vezes temos em conta determinadas pessoas que mais não passam de interesseiras.
De facto, amizade é uma afeição recíproca entre duas pessoas, é também simpatia e estima, caso contrário não teríamos uma boa relação; mas é também dedicação e é neste ponto que eu sinto que também devia ser recíproco entre duas pessoas. A minha verdade e a minha realidade é que é relativamente raro dedicarmo-nos com a mesma intensidade às pessoas que consideramos amigas. Nem isso seria possível, somo todos diferentes apesar de sermos todos muito iguais (todos precisamos no fundo do mesmo mas cada um dá como entende que deve dar). Mas há mínimos! No meu conceito de amizade, ainda que não tendo de existir obrigações, há regras para se ser e perceber quem é amigo.
Querermos desabafar com um amigo é importante, mas é igualmente importante querermos saber dos nossos amigos, mesmo naqueles momentos que para nós não são fáceis, se calhar também para eles o mesmo momento não o é.
Querermos ser acompanhados pelos amigos a determinados sítios é muito bom, mas reciprocamente teremos de os acompanhar quando eles precisam e não deverá ser visto como uma obrigação, antes como um prazer.
Querermos contar as boas novas aos nossos amigos é imprescindível, mas é igualmente importante querer saber as boas novas deles e ficar feliz porque estão felizes.
Não interessa saber, um dia mais tarde, que determinado amigo, que precisámos em determinadas alturas importantes, apenas pensou em nós. Se não nos disserem não adivinhamos quando e o quanto pensam em nós! Amizade é um pouco mais do que pensamento…
Se a maior parte das vezes aqueles que consideramos nossos amigos não se apercebem que estamos bem ou mal ou mesmo nós não conseguimos perceber que determinado amigo se encontra assim, então se calhar é sinal que não conhecemos ou não nos conhecem assim tão bem e percebemos que a amizade não é bem amizade mas apenas um mero simpatizar com o outro para certas alturas que se precisa.
Não deixa de ser verdade que só percebemos quem realmente é amigo nos momentos de maior amargura. É nestes momentos que estamos mais sensíveis e mais precisamos dos amigos; e é exactamente nestas alturas em que: ou precisamos apenas daquela palavra de apoio; ou precisamos que nos acompanhem a algum sítio porque não temos a coragem suficiente para irmos sozinhos; ou porque mesmo dizendo que não precisamos de nada, insistem até terem a certeza de que estamos/ficamos bem, porque nos conhecem!
E é nestes momentos que através de gestos, palavras e verdadeiro companheirismo percebemos quem realmente é nosso amigo e merece toda a nossa consideração, respeito, amor, dedicação, carinho, enfim, AMIZADE!
Felizmente, nos últimos tempos pude comprovar que tenho verdadeiros amigos: os que me enviaram uma mensagem apenas só para perguntar se estava bem; os que se disponibilizaram a acompanhar-me a sítios que não tinha coragem para ir sozinha; os que me ouviram quando nem eles mesmo estavam muito bem; os que constantemente me fizeram e fazem lembrar que gostam muito de mim; enfim, aos que, no meu conceito de amizade se mostraram verdadeiros amigos, a quem, não só as suas palavras mas também os seus gestos serviram, servem e servirão para acreditar que nesta vida há sempre alguma coisa que vale a pena. Do mesmo modo, esses Amigos terão de mim o máximo que lhes possa dar.
A amizade é algo que se cultiva, cresce e precisa sempre de ser tratada com carinho, amor e atenção para que não morra pelo caminho (ou por afastamento ou por desilusão).
01/12/2008
Patrícia Pimenta

Voz do Coração

À beira de um precipício
Paro e escuto o meu coração
Inquieto ele se sente
Pela inconstante racionalidade
Que o atormenta desde o início
O som de cada estação

É minha escolha voar ou ficar
É minha escolha sentar ou caminhar
Não é minha escolha sentir ou amar
Se quiser continuar a sonhar

A voz do coração diz-me para ficar
Voando por onde ele quer voar
E estreitos caminhos irá encontrar
Se não se permitir dançar

À beira de um precipício
Paro e escuto o meu coração
Procuro um silêncio com sábias palavras
Que entrem sussurrando e descansando
Trazidas pelo temperamento do vento
Cantando ao som de cada estação


Patrícia Pimenta

09/11/2008

Momento

Tudo se evapora, tudo se desvanece
Sentimentos de satisfação e libertação
Nada mais existe
Não há responsabilidades nem obrigações
Não há compromissos nem limitações
É um mundo diferente
Onde os sentidos ficam apurados
E entrelaçados por um momento
Um momento onde extravaso aquilo que sou
Um momento onde me sinto plenamente eu
De onde saio sem qualquer remorso
De onde saio sem qualquer desilusão

Patrícia Pimenta
20/07/2008

Ousar

A coragem que temos para correr atrás dos nossos sonhos dignifica-nos. Os obstáculos tornam-nos mais fortes se ousarmos ultrapassá-los. E o amor é o nosso maior aliado. A arma mais poderosa que nos acompanha, fortalece e nos enche de esperança, mas também que nos enfraquece e nos atira para a linha entre a racionalidade e a loucura. Uma linha ténue e facilmente transponível. Poderemos ser racionais, mas um pouco de loucura dará a condição sublime para, mais do que sobreviver, se viva, se sinta, se toque, se respire, se ouça, se ame.

Patrícia Pimenta
30/10/2008

(In)Certo

Sopramos segredos
Em palavras vãs que se escorrem no tempo
A claridade da luz
Não permite ver para além do necessário
Estranho seria
Se um dia, por breves instantes
Tudo ficasse claro
Deleitando um rio límpido e translúcido
Por onde as rochas desmaiadas
Assombrariam um passado

Nos campos, (de)lírios ficariam
Desejando que o vento os levasse
Não por desproveito ou insanidade
Mas por ensejo do que a nós é único
Tornando a realidade
Numa eloquente verdade

Jamais choraria
Num futuro irrequieto
Relembrar de um passado
Proveitoso e secreto

Talvez se torne aberto
Talvez se perca no tempo
Mas a certeza
É que um dia, o dia foi dia
De ter a alegria de passar pelo incerto

Tamanhas rosas
Não permitem ofuscar
A serenidade e a paz atingida
Quando, a par da lucidez
Se junta a insensatez.


Patrícia Pimenta
05/10/2008

Vida!

A vida é complicada, mas são os contornos que temos de dar que nos garantem a experiência e a gratificação por estarmos vivos.Por podermos sentir “vida” no nosso corpo não nos devemos entregar. Entregar à tristeza, entregar à escuridão, entregar ao negro caminho que se interpõe na nossa evolução.Devemos saber escolher – tarefa difícil, é certo – mas é o desafio da vida. Escolher por nós e para nós! Por bem, ou por mal… mas escolher! E aprender com as escolhas! E saber viver com as escolhas!Os caminhos a escolher são vários, mas o percurso é só um. E esse percurso, preenchido por lágrimas e sorrisos, por portas abertas, por livros fechados, por palavras proferidas, por desencontros marcados, torna-se no nosso desafio: o de viver sem medo!
Porque a vida merece ser vivida como um desafio e não um pesar!

Patrícia Pimenta
26/07/2006

Tempo!

O tempo… esse aliado… esse inimigo…
Aliado quando precisamos…
Inimigo quando desesperamos…
Termo que rege as nossas vidas
Nos mínimos pormenores
No máximo da nossa existência
Ter tempoOu estar sem tempo
Tão voraz e tão forte
Tão incapacitante e desterrado
Tempo… tudo se rege pelo tempo
É impossível não nos guiarmos por um tempo
Tempo de sonhar
Tempo de trabalhar
Tempo de olhar
Tempo de chorar
Tempo de sorrir
Tempo de cantar
Tempo de amar
Tempo de viver
Não é certo, mas é certeiro
Nem sempre o sabemos
Mas ele está lá
A guiar-nos no tempo da nossa vida!

Patrícia Pimenta
22/07/2006

Ei, psiu...

Uma voz trémula quer dizer baixinho: ei, psiu, tu consegues, tu és capaz! Mas uma pedra ultrapassa a voz e acerta num profundo vazio inconstante onde o sol brilha, as folhas das árvores rodopiam e um céu tenebroso se instala. Insensatez, imaginação, confiança, sonhos, desilusões, esperanças, quebras, desejos incertos, ensejos encobertos, músicas dançadas, melodias tocadas… tão fugaz que tudo é, tão nobre que tudo parece, tão avassalador que tudo destrói… nada é voraz e tudo é capaz, nada é possível e tudo é impossível, nada é veloz e velozmente se torna um constante inconstante.
E nas profundezas desta ausência o vento ganha força superior à pedra para trazer de volta a voz trémula que diz: ei, psiu, tu consegues, tu és capaz!

Patrícia Pimenta
10/06/2008

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